Na outra ponta da vara, após a linha e a bóia, traído por iscas atraentes, o peixe debate-se, luta bravamente. Em seu meio, a água, ele tem força, parece ter duas ou três vezes mais peso, e, invariavelmente, ao pairar suspenso no ar, nos surpreende com seu tamanho, muito menor que o esperado, pela força que exige dos braços.
Nós, por outro lado, ao sermos puxados ou empurrados, tendemos a fincar os pés em terra e resistir, usando de todo o nosso peso para lutar pelo nosso lugar. Nos meios virtuais, no entanto, sem ter onde pôr os pés, pairando sobre águas turvas, deixamo-nos levar, como penas ao vento, e seguimos, fisgados, para onde as correntes nos levarem, sem nem ao menos debater.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
25 de outubro de 2010
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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O isqueiro acende a chama Ilumina o olhar Mas fica na vontade Nem ao menos chega perto Do calor da boca
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Saiu de casa cedo, com um caderno velho nas mãos, revisando os últimos detalhes. Na mochila: uma garrafa de água, duas barras de chocolate e...
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