A poesia é arte vivida.
Defini-la como coisa escrita é como limitar a música à letra ou à cifra. É separar o corpo da alma, um assassinato, separar a arte da vida.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
30 de abril de 2008
29 de abril de 2008
Angustiado
Eu estava conversando com ela naquele quarto vazio. Uma porta, um sofá e nós dois. Uma lâmpada no centro, fraca, escorrendo pelas paredes amareladas até o piso de madeira.
O assunto da conversa: qualquer um, nenhum, não lembro. Só lembro que a luz foi ficando fraca, começou a falhar e a escorrer de volta para a lâmpada, e a sala foi ficando escura. Ela então disse:
- O clima está ruim aqui. Uma energia ruim.
Naquele cenário macabro, apenas a luz da rua, ou da lua, atravessando a janela, iluminava a parede amarela às costas dela. Ela já não estava mais iluminada. Sombras finas e tortuosas, de alguns galhos lá de fora, formavam-se às suas costas enquanto uma sombra maior lhe cobria o rosto. Eu não conseguia mais notar nenhum detalhe. Rosto, boca, nariz e olhos, todos fundidos em uma sombra, inerte, imóvel, muda.
Tentei tocá-la, mas tive medo, já não a reconhecia mais naquela silhueta. Tentei falar algo, não consegui. Levantei angustiado. Peguei o telefone e pensei em ligar para ela, desisti quando vi a hora. Não consegui dormir de novo.
O assunto da conversa: qualquer um, nenhum, não lembro. Só lembro que a luz foi ficando fraca, começou a falhar e a escorrer de volta para a lâmpada, e a sala foi ficando escura. Ela então disse:
- O clima está ruim aqui. Uma energia ruim.
Naquele cenário macabro, apenas a luz da rua, ou da lua, atravessando a janela, iluminava a parede amarela às costas dela. Ela já não estava mais iluminada. Sombras finas e tortuosas, de alguns galhos lá de fora, formavam-se às suas costas enquanto uma sombra maior lhe cobria o rosto. Eu não conseguia mais notar nenhum detalhe. Rosto, boca, nariz e olhos, todos fundidos em uma sombra, inerte, imóvel, muda.
Tentei tocá-la, mas tive medo, já não a reconhecia mais naquela silhueta. Tentei falar algo, não consegui. Levantei angustiado. Peguei o telefone e pensei em ligar para ela, desisti quando vi a hora. Não consegui dormir de novo.
28 de abril de 2008
Aliviado
Puxou o ar, para espairar, e soltou aliviado. Sentiu como se há muito tempo não tivesse respirado, inspirado.
Dissipou a neblina que lhe cobriu o mundo e deu um passo atrás. Dali, aliviado, olhou para a própria vida e esboçou um sorriso no canto da boca.
Dissipou a neblina que lhe cobriu o mundo e deu um passo atrás. Dali, aliviado, olhou para a própria vida e esboçou um sorriso no canto da boca.
27 de abril de 2008
Floreado
Viviam, se é que dava para chamar aquilo de viver, em um mundo de violência, de insanidade e sem clemência. Neste mundo invertido, tapa virou carinho e, das flores, aproveitava-se apenas os espinhos.
As pessoas nunca sorriam e nunca choravam. Não se sabe ao certo se sentiam algo, mas ninguém importava-se com isso, sentimentos alheios eram realmente alheios. Viviam de muitos tapas e poucos beijos, muito empurrão e pouco abraço, muitos gritos e poucos suspiros. Carinho de verdade, só por conveniência, nos breves lapsos de inocência.
Mas havia um sujeito que vivia com um sorriso permanente. Ele parecia estar alheio, avoado. Esqueceu de acompanhar o fluxo. Os olhares curiosos o acompanhavam e perguntavam-se sobre a existência de um motivo para sorrir. Naquele mundo, o sorriso e muitos pequenos prazeres eram considerados mitos, lendas urbanas . As pessoas comentavam nas rodas de amigos: "um amigo do vizinho do meu primo disse que rolou no chão de tanto rir", "eu tenho uma tia que disse que trocou olhares e sorrisos com um sujeito, olhares nos olhos!". Os ouvintes das mesas de bar ficavam sempre entre curiosos e incrédulos, esperançosos e céticos. Entretanto, quem via o sorriso daquele sujeito sentia-se um pouco inquieto e via-se, pela primeira vez, pensando no sentimento alheio.
Um dia resolveram questionar o motivo de tal sorriso. E o sujeito sorridente contou a todos o seu segredo. Há tempos havia encontrado uma rosa, sem espinhos, e que, ao cuidar dela com todo carinho, sentia-se, ao mesmo tempo, sendo cuidado. Sentia-se encantado por aquela flor que, além de não fazê-lo sentir-se incomodado, o fazia sorrir.
Na primavera daquele ano, os que se sentiram tocados, cada vez multiplicados, floresceram os sorrisos e florearam o mundo afora.
As pessoas nunca sorriam e nunca choravam. Não se sabe ao certo se sentiam algo, mas ninguém importava-se com isso, sentimentos alheios eram realmente alheios. Viviam de muitos tapas e poucos beijos, muito empurrão e pouco abraço, muitos gritos e poucos suspiros. Carinho de verdade, só por conveniência, nos breves lapsos de inocência.
Mas havia um sujeito que vivia com um sorriso permanente. Ele parecia estar alheio, avoado. Esqueceu de acompanhar o fluxo. Os olhares curiosos o acompanhavam e perguntavam-se sobre a existência de um motivo para sorrir. Naquele mundo, o sorriso e muitos pequenos prazeres eram considerados mitos, lendas urbanas . As pessoas comentavam nas rodas de amigos: "um amigo do vizinho do meu primo disse que rolou no chão de tanto rir", "eu tenho uma tia que disse que trocou olhares e sorrisos com um sujeito, olhares nos olhos!". Os ouvintes das mesas de bar ficavam sempre entre curiosos e incrédulos, esperançosos e céticos. Entretanto, quem via o sorriso daquele sujeito sentia-se um pouco inquieto e via-se, pela primeira vez, pensando no sentimento alheio.
Um dia resolveram questionar o motivo de tal sorriso. E o sujeito sorridente contou a todos o seu segredo. Há tempos havia encontrado uma rosa, sem espinhos, e que, ao cuidar dela com todo carinho, sentia-se, ao mesmo tempo, sendo cuidado. Sentia-se encantado por aquela flor que, além de não fazê-lo sentir-se incomodado, o fazia sorrir.
Na primavera daquele ano, os que se sentiram tocados, cada vez multiplicados, floresceram os sorrisos e florearam o mundo afora.
26 de abril de 2008
Revolvendo
O mal resolvido
Revolve-se
Embrulha o estômago
E aperta o pescoço
Comprime os ombros
Com o peso da insegurança
Liquefaz, no fundo dos olhos
A esperança
Escorre
Os lábios consolam-se
E as mãos, medrosas
Agarram-se
Seguimos inseguros
Caminhando sem dar um passo
Na inércia de um abraço
Revolve-se
Embrulha o estômago
E aperta o pescoço
Comprime os ombros
Com o peso da insegurança
Liquefaz, no fundo dos olhos
A esperança
Escorre
Os lábios consolam-se
E as mãos, medrosas
Agarram-se
Seguimos inseguros
Caminhando sem dar um passo
Na inércia de um abraço
25 de abril de 2008
Envolvente
Envolvo
Dou nó e laço
Braços de polvo
Beijo e abraço
Neste retrato
Que logo faço
Eu sou contorno
Ela é o traço
Dou nó e laço
Braços de polvo
Beijo e abraço
Neste retrato
Que logo faço
Eu sou contorno
Ela é o traço
24 de abril de 2008
Dissolvido
Derreteu-se por ela como picolé.
Grudento e melado, acabou sendo descartado.
Desfez-se em uma poça de lágrimas, liquidado.
Grudento e melado, acabou sendo descartado.
Desfez-se em uma poça de lágrimas, liquidado.
23 de abril de 2008
22 de abril de 2008
Caras e bicos
Fazendo charme, ela comentou:
- Você me cansa com estes elogios baratos.
Nitidamente chateado, emburrado, ele respondeu:
- Para você, eles eram de graça.
Por aquele olhar e aquele bico, ela soube que o comentário custaria caro.
- Você me cansa com estes elogios baratos.
Nitidamente chateado, emburrado, ele respondeu:
- Para você, eles eram de graça.
Por aquele olhar e aquele bico, ela soube que o comentário custaria caro.
20 de abril de 2008
Subsídios subversivos
A crise da produção de alimentos, uma crise anunciada e, agora, deflagrada.
E todos ficam tensos, ricos e pobres. Se falta comida, pobre passa fome. Se pobre passa fome, rico passa medo. Os jornais reforçam o clima, apontam os culpados com base em estudos do banco mundial e da ONU, departamentos do marketing institucional das nações ricas.
O que ninguém fala, ninguém nem ousa, é que a culpa é, em grande parte, como a de todos os grandes problemas do mundo, dos mesmos que apontam culpados. Não são os países pobres que oferecem subsídios agrícolas subversivos em relação ao livre mercado e a qualquer tipo de equilíbrio internacional. Os subsídios terroristas, que dizimam populações inteiras, a maior praga das lavouras dos países pobres.
E o ricos secam o poço do vizinho pobre e depois vêm dizer que, se falta grama para todo o gado, a culpa é do vizinho, com gramado seco e amarelado.
E todos ficam tensos, ricos e pobres. Se falta comida, pobre passa fome. Se pobre passa fome, rico passa medo. Os jornais reforçam o clima, apontam os culpados com base em estudos do banco mundial e da ONU, departamentos do marketing institucional das nações ricas.
O que ninguém fala, ninguém nem ousa, é que a culpa é, em grande parte, como a de todos os grandes problemas do mundo, dos mesmos que apontam culpados. Não são os países pobres que oferecem subsídios agrícolas subversivos em relação ao livre mercado e a qualquer tipo de equilíbrio internacional. Os subsídios terroristas, que dizimam populações inteiras, a maior praga das lavouras dos países pobres.
E o ricos secam o poço do vizinho pobre e depois vêm dizer que, se falta grama para todo o gado, a culpa é do vizinho, com gramado seco e amarelado.
19 de abril de 2008
De nada adianta
A enfermeira entrou no quarto e disse, cautelosamente:
- Você precisa assinar a autorização.
O choro, contido, escapou em um impulso.
- Não tem outro jeito?
- Ele não está respondendo a nenhum tratamento, nenhum estímulo.
- Mas...
Outro impulso levou a voz e trouxe as lágrimas. A enfermeira aproximou-se e, em um gesto de solidariedade, pousou a mão sobre os ombros desconsolados.
Após pegar de volta a autorização, com assinatura em tinta e autenticação em lágrimas, a enfermeira disse:
- Se você quiser despedir-se, podemos aguardar.
- Não quero!
Disse, decidida, enquanto esfregava as lágrimas e completou:
- De nada adianta, não agora.
A enfermeira acompanhou-a para fora da sala.
Eu, ali deitado, ouvi tudo. Mas fiquei inerte, fingindo-me de morto.
- Você precisa assinar a autorização.
O choro, contido, escapou em um impulso.
- Não tem outro jeito?
- Ele não está respondendo a nenhum tratamento, nenhum estímulo.
- Mas...
Outro impulso levou a voz e trouxe as lágrimas. A enfermeira aproximou-se e, em um gesto de solidariedade, pousou a mão sobre os ombros desconsolados.
Após pegar de volta a autorização, com assinatura em tinta e autenticação em lágrimas, a enfermeira disse:
- Se você quiser despedir-se, podemos aguardar.
- Não quero!
Disse, decidida, enquanto esfregava as lágrimas e completou:
- De nada adianta, não agora.
A enfermeira acompanhou-a para fora da sala.
Eu, ali deitado, ouvi tudo. Mas fiquei inerte, fingindo-me de morto.
18 de abril de 2008
Vendo-me
Rendo-me a esta situação deplorável.
Entrego-me a este sujeito desprezível.
Deixo-me levar como cadela afável.
E vendo-me, no espelho, ajeito batom e rímel.
Entrego-me a este sujeito desprezível.
Deixo-me levar como cadela afável.
E vendo-me, no espelho, ajeito batom e rímel.
17 de abril de 2008
Tragédia paulistana
Há muito tempo, no Paraíso, conheceu a mulher que viria a ser sua esposa.
Após vários anos de casado, desgastado, encontrava a amante na Consolação.
Atualmente, intercala finais de semana. Em uns, pode passear com os filhos pela Liberdade. Nos outros, segue sozinho, caminhando sem rumo.
Após vários anos de casado, desgastado, encontrava a amante na Consolação.
Atualmente, intercala finais de semana. Em uns, pode passear com os filhos pela Liberdade. Nos outros, segue sozinho, caminhando sem rumo.
16 de abril de 2008
Adaptação
Que bicho é esse? - Indaguei-me em pensamento.
Olhei mais de perto. Patas, antenas, redonda e com bolinhas, só podia ser uma joaninha. Mas, quem diria, uma joaninha preta e branca.
Deve ser por causa da poluição, não há outra explicação. É uma adaptação, que alguns ousam chamar de evolução. Neste mundo cinza, em que até as pessoas perdem a cor, nem as joaninhas são poupadas.
Olhei mais de perto. Patas, antenas, redonda e com bolinhas, só podia ser uma joaninha. Mas, quem diria, uma joaninha preta e branca.
Deve ser por causa da poluição, não há outra explicação. É uma adaptação, que alguns ousam chamar de evolução. Neste mundo cinza, em que até as pessoas perdem a cor, nem as joaninhas são poupadas.
15 de abril de 2008
Decepções
A camisa que melhor lhe servia, encolheu depois de lavada. O sapato que não machucava o pé, não tinham mais nem em estoque. A bolacha que mais adorava, parou de ser fabricada. A árvore na qual se pendurava, o vento levou. A casa onde passou a infância, demoliram para construir um prédio.
Mas, sem dúvida, a maior decepção foi que o único amor que tinha, nunca pôde ter.
Mas, sem dúvida, a maior decepção foi que o único amor que tinha, nunca pôde ter.
6 de abril de 2008
5 de abril de 2008
Mantinha
Voltaram para casa antes de todo mundo e sentaram-se à varanda. Os planos eram outros, mas a mãe dela deixava a casa trancada, para evitar aquilo mesmo que os dois pretendiam fazer.
Com frio, ela buscou uma mantinha no varal, cobriu-se e sentou-se no colo dele. Meia hora depois, eles nem ouviram o barulho do portão. A mãe dela parou na frente da porta da sala e, enquanto procurava a chave, perguntou:
- Faz tempo que vocês estão aí?
- Não, Mãe. Chegamos... Há uns... 10 minutos. - respondeu ela, pausadamente.
- Você está tremendo, está com tanto frio assim?
Neste momento, ela aproximou-se e tocou a testa da filha com as costas da mão.
- Você deve estar com um pouco de febre, vou entrar e preparar um chá para você.
A outra mão dela encontrou a chave na bolsa e abriu a porta. Lá de dentro ela falou:
- Vocês não vão entrar?
- Vamos... Ficar mais um pouquinho.
- Então vou deixar a água esquentando e vou dormir. Boa noite. E nada de safadeza, vocês dois. Aqui na minha casa! - Completou a fala com uma gargalhada de quem sabia que não desafiariam sua autoridade.
Por baixo da manta, ela se contorcia de tensão. Ele, de prazer.
Com frio, ela buscou uma mantinha no varal, cobriu-se e sentou-se no colo dele. Meia hora depois, eles nem ouviram o barulho do portão. A mãe dela parou na frente da porta da sala e, enquanto procurava a chave, perguntou:
- Faz tempo que vocês estão aí?
- Não, Mãe. Chegamos... Há uns... 10 minutos. - respondeu ela, pausadamente.
- Você está tremendo, está com tanto frio assim?
Neste momento, ela aproximou-se e tocou a testa da filha com as costas da mão.
- Você deve estar com um pouco de febre, vou entrar e preparar um chá para você.
A outra mão dela encontrou a chave na bolsa e abriu a porta. Lá de dentro ela falou:
- Vocês não vão entrar?
- Vamos... Ficar mais um pouquinho.
- Então vou deixar a água esquentando e vou dormir. Boa noite. E nada de safadeza, vocês dois. Aqui na minha casa! - Completou a fala com uma gargalhada de quem sabia que não desafiariam sua autoridade.
Por baixo da manta, ela se contorcia de tensão. Ele, de prazer.
4 de abril de 2008
Ao cair da noite
- Eu derrubei o sol. Para que você pudesse ver as estrelas.
Foi o que disse o primeiro apaixonado, à primeira musa, no primeiro pôr-do-sol.
Foi o que disse o primeiro apaixonado, à primeira musa, no primeiro pôr-do-sol.
3 de abril de 2008
2 de abril de 2008
Podando pela raiz
As luzes do carrossel e o som do sanfoneiro não deixavam dúvida, a cidade estava em festa. As crianças no tromba-tromba, os casais na roda-gigante e as senhoras na varanda da casa da dona Maria, observando tudo e comentando sobre aquela pouca vergonha. Tudo estava bem até que a briga começou. E a briga foi feia, sobrou soco para todo lado. Os dois se empurravam e se chutavam, se seguravam e se socavam. Rolaram pela lama e nem a turma do deixa disso conseguia separá-los.
João Sem Braço, sujeito sempre indeciso, abriu caminho na roda para ver o que é que acontecia. Quando viu seus dois amigos, lutando como leões, como era de se esperar, não soube o que fazer. Pensou em deixá-los brigando, uma hora se cansariam, cairiam para o lado, se abraçariam e fariam as pazes.
Mas João achou que estava errado quando Maneco pegou a faca. E teve certeza quando Caetano não hesitou em empunhar o bico de uma garrafa quebrada. Pela primeira vez na vida, João tomou uma decisão. Não pensou duas vezes, sacou a pistola e apertou o gatilho. Foi um tiro só, preciso.
Após um breve silêncio, só ouviu-se o último suspiro de Sara, caída no meio da roda, envolta em manto de sangue. A briga acabou.
João Sem Braço, sujeito sempre indeciso, abriu caminho na roda para ver o que é que acontecia. Quando viu seus dois amigos, lutando como leões, como era de se esperar, não soube o que fazer. Pensou em deixá-los brigando, uma hora se cansariam, cairiam para o lado, se abraçariam e fariam as pazes.
Mas João achou que estava errado quando Maneco pegou a faca. E teve certeza quando Caetano não hesitou em empunhar o bico de uma garrafa quebrada. Pela primeira vez na vida, João tomou uma decisão. Não pensou duas vezes, sacou a pistola e apertou o gatilho. Foi um tiro só, preciso.
Após um breve silêncio, só ouviu-se o último suspiro de Sara, caída no meio da roda, envolta em manto de sangue. A briga acabou.
1 de abril de 2008
Ditadura do silêncio
No país da impunidade, faz-se exceção à Lei do Silêncio, a única respeitada e temida.
Quem cala, contente. E os que ousam desafiar a lei, arruaceiros, sofrem as punições.
Quem cala, contente. E os que ousam desafiar a lei, arruaceiros, sofrem as punições.
-
O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
-
Tal qual a nata que era como se julgava ela não se misturava Com ares um tanto blasé apenas flutuava, pomposa sentindo-se a dona do lago
-
No centro do auditório, a justiça permanece sentada e vendada, enquanto o apresentador aponta para um político corrupto, depois para um ladr...