Quando o tio Ali - que na verdade era tio do meu pai - faleceu, tive minha primeira experiência com velórios e enterros. Aos quatro anos, explicaram-me que se tratava de uma coisa da natureza, que seguia seu rumo e que um dia chegaria a hora de cada um de nós voltar à terra.
Ao saber daquilo, fiquei apavorado. Afinal, o tio Ali, conforme todos comentavam, tinha ido de forma tranquila - diziam que era melhor assim do que sofrer. Mas nem todo mundo era velhinho como o tio, nem todos deviam se entregar assim, tão fácil. Eu mesmo, daquele momento em diante, fiquei de olhos bem abertos, pronto para a luta, preparado para quando as raízes viessem me buscar de volta.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
7 de junho de 2010
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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O isqueiro acende a chama Ilumina o olhar Mas fica na vontade Nem ao menos chega perto Do calor da boca
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Saiu de casa cedo, com um caderno velho nas mãos, revisando os últimos detalhes. Na mochila: uma garrafa de água, duas barras de chocolate e...
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