21 de outubro de 2008

Mudança

Sem palavras,
o criado mudo
isolou-se em um canto.

A geladeira,
sempre tão fria,
derreteu-se em lágrimas.

O chuveiro,
sempre tão quente,
agiu como se não ligasse.

As paredes ecoaram o silêncio da despedida.

Algumas portas se fecharam
e outras se abriram.

Enquanto eu,
que já não me sentia mais em casa,
parti.







2009 - Concurso Cassiano Nunes - Biblioteca da UNB - Brasília - DF;
Publicada na coletânea do concurso

2 comentários:

Adriano Queiroz disse...

Gostei da poesia, achei divertida.
Pensei em como as máquinas tomam conta de um espaço, que de repente não seja mais nosso.

Abraços.

A Alexandra (http://alexandraperiard.blogspot.com/) que me indicou seu blog.

Michele Torinelli disse...

que triste! daquela trsiteza bonita, q enternece.

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