18 de outubro de 2008

Quebra galho

Aquele grande tentáculo, de início assustador, oferecia-me, delicadamente, da ponta de um dedo curvado, uma bela flor.

Deitei-me ao chão e percebi que não se tratava mais de um tentáculo, mas de uma grande artéria, afluente de muitas veias, corrente por todo aquele corpo. Cheguei a procurar a nascente, a fonte, um coração diligente, mas as raízes do problema eram a solução.

Em um instante, um pulo, fiz dali meu mirante e, com pose de pirata, papagaio no ombro e barba na cara, observei a terra distante.

Já cansado, pendurei ali minha rede. Se é para ficar cada macaco no seu galho, eu me acomodo nesse.







2009 - 5º lugar no Concurso Maximiano Campos - Instituto Maximiano Campos - Olinda - PE;
Publicada na coletânea do concurso

Um comentário:

Liquificadorizando disse...

Em algum lugar por aí, diriam:
"ado, ado, cada um no seu quadrado". Ainda bem que não estou lá.
Estou aqui no meio do tiroteio de poesia, rs

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