Peguei o ônibus errado. Quando percebi, ao invés de sair, sentei. Até que era confortável.
Só me voltava a agonia quando eu olhava, através do vidro, e via: tudo que eu queria ficando para trás. Quanto mais tempo eu ficava ali, mais longe ficava meu destino. Escorri pelo vidro como a chuva. Mas, fiquei inerte, na cadeira para dois com uma vazia, não sei se por orgulho ou teimosia.
Uma hora, o motorista parou, levantou e disse:
- É o ponto final.
- Tenho mesmo que descer?
- Pode ficar aqui, mas vai ficar só.
Naquele dia, dormi na garagem. Senti um pouco de frio, mas, de resto, era bem cômodo.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
25 de junho de 2008
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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O isqueiro acende a chama Ilumina o olhar Mas fica na vontade Nem ao menos chega perto Do calor da boca
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Saiu de casa cedo, com um caderno velho nas mãos, revisando os últimos detalhes. Na mochila: uma garrafa de água, duas barras de chocolate e...
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