- Minha filha, sente-se aqui. Tenho que contar uma coisa.
A garota sentou, de olhos bem abertos e boca entreaberta. Já imaginando o que estava por vir.
- Você lembra que há algum tempo eu falei sobre alguém que estava muito doente?
A menina, agora um pouco mais triste, fez sinal de positivo com a cabeça.
- Ele faleceu hoje pela manhã, enquanto você estava na escola.
A garota não conseguiu conter algumas lágrimas, a mãe a abraçou e continuou falando:
- Essas coisas acontecem. Foi melhor assim. Ele estava velho, sofrendo e já tinha perdido mais da metade da visão.
- Mas eu gostava dele! - Exclamou a garota indignada.
- Todos nós o amávamos, mas não havia nada que pudéssemos fazer.
- E onde ele está agora? Eu quero ver ele.
- Achamos melhor que você não o visse daquele jeito, é melhor que guarde lembranças dele vivo e feliz.
- Mas o que fizeram com ele?
- O papai o embrulhou em um cobertor velho e enterrou na beirada do lago, perto daquela árvore que ele tanto gostava.
- Aquela que a gente sempre ia?
- Sim, aquela que se enche de flores roxas na primavera, bem ao lado de onde costumávamos ir pescar.
- Então ele deve estar feliz.
- Provavelmente. Mas por que você diz isso? - Disse a mãe, um pouco surpresa com a frase da filha.
- Ele me contou que foi lá que ele conheceu a vovó.
A mãe ficou sem palavras. Neste momento, o avô entrou na sala:
- Minha netinha querida, não chore! O vovô compra outro gatinho para você.
A garota começou a soluçar de tanto chorar.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
10 de janeiro de 2006
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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Tal qual a nata que era como se julgava ela não se misturava Com ares um tanto blasé apenas flutuava, pomposa sentindo-se a dona do lago
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No centro do auditório, a justiça permanece sentada e vendada, enquanto o apresentador aponta para um político corrupto, depois para um ladr...
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