Atravessou a rua de mãos dadas com os dois, cruzou a praça e já estava no portão do colégio. Primeiro dia na escola nova, na cidade nova... Quer dizer, nova para eles, porque ali já tinha passado muitas vezes a tal da História. Ao deixá-los com a professora, perguntou:
- Que horário devo buscá-los?
- As aulas acabam cinco horas. Mas nós servimos sopa, então seria melhor tu deixares para pegar os guris cinco e meia.
- Eles não gostam de sopa. Venho às cinco horas mesmo.
- Eles não gostavam! - Disse a professora confiante. - Venha cinco e meia. Com todas as outras crianças comendo os guris aprenderão a gostar.
- Tudo bem. Cinco e meia. - Respondeu a mãe desacreditada.
Foram-se as horas, o sol cruzou o céu, a mãe atravessou a rua, cruzou a praça e chegou de novo ao colégio. Chegando lá, os dois já estavam esperando na porta, junto com a professora que os recebeu. A professora se aproximou da mãe e começou a falar:
- Eu queria te pedir um favor.
- Qual?
- Se puderes buscá-los às cinco horas, seria melhor.
- Por quê? Não quiseram sopa? - Perguntou a mãe com um leve tom irônico.
- Não só não quiseram como fizeram tanta cara de nojo, que algumas das outras crianças pararam de comer.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
20 de janeiro de 2006
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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Tal qual a nata que era como se julgava ela não se misturava Com ares um tanto blasé apenas flutuava, pomposa sentindo-se a dona do lago
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No centro do auditório, a justiça permanece sentada e vendada, enquanto o apresentador aponta para um político corrupto, depois para um ladr...
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