16 de agosto de 2009

Surpresa

Ele nunca abaixava a guarda, mas, por ela, ficava de coração mole (com exceção das noites de bebedeira, de quinta a segunda-feira). Naquela noite de quarta, chegou cedo, como esperado, e deparou-se com ela esperando na sala, de camisola, com uma venda nas mãos.

Vendado, esperou ansioso, perguntando-se o que lhe aguardava. Bateu os pés, coçou a nuca e, após ouvir os passos dela aproximando-se de volta, ficou paralisado, em pé, no meio da sala.

Após tantos anos de submissão, surpreendeu-se, nunca pensou que um dia ela teria coragem de vingar-se.

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