Torturando-se, refez todos os passos daquela noite enquanto reconstruia mentalmente a tragédia: o caminho mais curto, os olhares receosos, o grito e os dois disparos, secos, à queima-roupa, seguidos pelo silêncio. Por algo tão banal que ele nunca conseguiria entender.
No entanto, não desistiu, tentou decifrar os porquês, percorrendo e examinando cada detalhe daquelas vielas putrefatas, até a estafa. Naquele cenário sombrio, entre tantas lembranças drásticas, perdeu-se do fio da razão, sua única esperança de retornar, são e salvo, à rotina. No centro do labirinto, cercado por medos, prometeu nunca mais piscar os olhos.
Encontraram-no em um canto, com os olhos bem abertos, ressecados.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
9 de fevereiro de 2010
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Encosto uma concha na orelha para ouvir o mar E recosto a cabeça no teu colo para ver estrelas
Um comentário:
Muitas vezes o milissegundo de um piscar de olhos nos faz perder coisas grandiosas. Abraço!
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