11 de dezembro de 2007

Meio cheio

Ele andava sempre com um copo na mão. Um copo enorme, laranja. Era impossível não notar o copo. Antes de sair de casa ele enchia o copo de água e ia bebendo durante as andanças.

Um dia qualquer, ele começou a marcar as distâncias pelo tanto de água que restava no copo. Um tempo depois, já sabia a distância em copos até os pontos mais importantes da cidade. E falava com uma convicção de não deixar dúvida: "Até o museu da meio copo", "Quase um copo até o calçadão", "Dois golinhos e estou no mercado".

Depois de algum tempo, um sujeito um tanto cético quanto às medidas o questionou:

- E, toda vez que você vai aos lugares dá a mesma distância em copos?

- Não. Varia.

- Varia com o que?

- O clima.

- Então a medida não dá certo?

- Dá sim, certinho. No calor sempre parece que é mais longe.

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