- Se eu morasse na Escócia eu ia andar de ônibus.
- Ahn?
- É. Porque o sistema de transporte público de lá funciona.
Ainda sem entender o sentido da conversa, ele questionou novamente:
- Ahn?
- Você estava ouvindo o que eu estava falando?
- Como assim?
- Eu estou aqui há meia hora conversando com você e você parece não ter entendido nada.
- Meia hora? Claro que não, você acabou de chegar e falar que você andaria de ônibus se morasse na Escócia.
- Sério? Não... Não pode ser. Eu estou conversando com você faz tempo.
- Tem certeza?
- Absoluta. Você tem certeza de que eu não estava aqui?
- Acho que sim. Ou melhor, que não. Que não estava. Estava?
- Acho que estava.
- Tem certeza.
- Acho que não. Ou melhor, acho que sim, que estava. Mas não tenho certeza agora.
- Mas por que é mesmo que você falou sobre andar de ônibus?
- Porque o sistema de transporte de lá funciona.
- Não. Não isso, por que é que você falou sobre a Escócia?
- Não sei. Mas é um país legal.
- É.
- Se eu morasse lá eu ia andar de ônibus.
- Eu prefiro caminhar.
- E se fosse longe?
- Daí eu ia de bicicleta.
- E se estivesse frio?
Ele abaixou a cabeça, ela virou para o lado e, depois de alguns segundos de silêncio, ele falou:
- Se eu morasse na Escócia eu ia andar de ônibus.
- Ahn?
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
1 de novembro de 2007
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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Tal qual a nata que era como se julgava ela não se misturava Com ares um tanto blasé apenas flutuava, pomposa sentindo-se a dona do lago
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No centro do auditório, a justiça permanece sentada e vendada, enquanto o apresentador aponta para um político corrupto, depois para um ladr...
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