Acordou no ônibus. Não sabia para onde estava indo, não fazia idéia.
Olhou em volta, apenas indiferença. Começou a ficar incomodado com a situação. Queria perguntar para alguém sobre o destino, mas tinha vergonha. Tentou olhar pela janela, mas estava no corredor e a senhora ao seu lado dormia, cortinas fechadas.
Depois de um certo transtorno, resignou-se com a situação. Nunca achou que fosse chegar a lugar algum... Algum lugar, qualquer que fosse, já seria ir longe.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
31 de janeiro de 2008
30 de janeiro de 2008
Despedida de um arrependido
Apesar de ter descoberto cedo que te amava, descobri tarde que ainda te amo.
Porque agora você é outra e eu sou outro.
E meu sorriso, agora é de vergonha.
Porque agora você é outra e eu sou outro.
E meu sorriso, agora é de vergonha.
29 de janeiro de 2008
Final de tarde
Seria uma ofensa chamar o céu de azul naquele momento. Era uma mistura de rosa, laranja, amarelo e azul.
Sem aviso, veio o vento gelado que varre todo final de tarde, garantindo que esteja tudo limpo quando a noite chegar.
O sol, com frio, foi embora. E levou com ele todas as nuvens, para se cobrir.
Sem aviso, veio o vento gelado que varre todo final de tarde, garantindo que esteja tudo limpo quando a noite chegar.
O sol, com frio, foi embora. E levou com ele todas as nuvens, para se cobrir.
28 de janeiro de 2008
Sentado
Sentei-me de frente para o mar.
E foi ali, observando o sol se pôr, criando mares no céu e montanhas nas nuvens, que eu percebi que meu mundo estava de ponta cabeça.
Pensei em algum jeito de voltar ao normal. Talvez uma cambalhota resolvesse, mas estava tudo tão agradável que resolvi ficar, ali mesmo, sentado no teto.
E foi ali, observando o sol se pôr, criando mares no céu e montanhas nas nuvens, que eu percebi que meu mundo estava de ponta cabeça.
Pensei em algum jeito de voltar ao normal. Talvez uma cambalhota resolvesse, mas estava tudo tão agradável que resolvi ficar, ali mesmo, sentado no teto.
27 de janeiro de 2008
Culpa
Quando Ele apareceu, perguntando quem é que havia comido do fruto proibido, todos ficaram desesperados.
Adão, que não havia sequer se aproximado da árvore, não pensou duas vezes. Apontou o dedo acusador para Eva e disse que havia sido ela.
Os pássaros até hoje assobiam, fazendo-se de desentendidos
Adão, que não havia sequer se aproximado da árvore, não pensou duas vezes. Apontou o dedo acusador para Eva e disse que havia sido ela.
Os pássaros até hoje assobiam, fazendo-se de desentendidos
26 de janeiro de 2008
Saudosismo
Passei na casa dos meus avôs apenas para uma visita rápida. Inocência minha achar que conseguiria sair de lá antes da janta. Como sempre, minha avó convenceu-me a ficar para a janta. Segundo ela, estava preparando uma comidinha especial e, além disso, eu andava muito magro, muito branco, precisando comer bem. Decidi ficar.
Enquanto ela terminava os últimos preparativos para a janta, sentei à sala com meu avô para ver o jornal. Meu avô, esparramado na velha poltrona de couro, após duas ou três notícias, comentou:
- Bons os tempos em que só se roubavam corações...
Enquanto ela terminava os últimos preparativos para a janta, sentei à sala com meu avô para ver o jornal. Meu avô, esparramado na velha poltrona de couro, após duas ou três notícias, comentou:
- Bons os tempos em que só se roubavam corações...
25 de janeiro de 2008
Ao lado
Não entendiam-se muito bem. Tinham algumas brigas, discussões sem sentido.
Mas, viviam juntos. Afinal, não entendiam mais ninguém.
Um casal de loucos.
Mas, viviam juntos. Afinal, não entendiam mais ninguém.
Um casal de loucos.
Desconfia
- Te amo.
- Já não falei que te amo também?
- Falou.
- Se eu já falei, por que é que você continua falando e me olhando com essa cara?
- Estou esperando.
- Esperando o que!? Vai ficar repetindo até quando?
- Até você acreditar.
- Já não falei que te amo também?
- Falou.
- Se eu já falei, por que é que você continua falando e me olhando com essa cara?
- Estou esperando.
- Esperando o que!? Vai ficar repetindo até quando?
- Até você acreditar.
23 de janeiro de 2008
Mulher da minha falta de sonhos
Sente o vazio no fundo do travesseiro. Revira-se e estica os braços em busca daquela presença. Uma esperança, nada além disso. Por mais que se deparasse com outro corpo, não seria aquele. Nunca mais foi.
Depois daquela noite, a cama sempre pareceu vazia.
Depois daquela noite, a cama sempre pareceu vazia.
21 de janeiro de 2008
-
O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
-
Tal qual a nata que era como se julgava ela não se misturava Com ares um tanto blasé apenas flutuava, pomposa sentindo-se a dona do lago
-
No centro do auditório, a justiça permanece sentada e vendada, enquanto o apresentador aponta para um político corrupto, depois para um ladr...