O racismo
Neste momento, é velado
E inocente de quem pensa, se engana
Que o racismo está morto
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
30 de novembro de 2007
29 de novembro de 2007
Nossos nós
Atamos os nossos nós
Encontramos a nossa calma
Se você canta eu sou sua voz
Se sou poeta, você minha alma
Encontramos a nossa calma
Se você canta eu sou sua voz
Se sou poeta, você minha alma
27 de novembro de 2007
24 de novembro de 2007
Destino bipolar
Em alguns momentos
A sorte sorri para mim
Mas no momento seguinte
Emburrada
Franze o cenho, faz bico
E me dá as costas
A sorte sorri para mim
Mas no momento seguinte
Emburrada
Franze o cenho, faz bico
E me dá as costas
23 de novembro de 2007
Rêve
Se rebeller
C'est en quelque point
Entre rêver et réveiller
Sonho
Se rebelar
Está em algum ponto
Entre sonhar e acordar
C'est en quelque point
Entre rêver et réveiller
Sonho
Se rebelar
Está em algum ponto
Entre sonhar e acordar
21 de novembro de 2007
Timidez
Esse é o meu jeito
Com você falando assim
Olhando nos olhos, com este sorriso
Eu fico sem jeito
Com você falando assim
Olhando nos olhos, com este sorriso
Eu fico sem jeito
20 de novembro de 2007
19 de novembro de 2007
Passagem
Acredita-se que a vida é uma passagem
Tem origem e destino
Uns têm lanche
Uns têm espaço
Outros não tem nada
Quem tem espaço e comida
Deita e estica as pernas
Quem não têm
Fica em pé e passa fome
Mas o ônibus está ficando lotado
A gasolina está acabando
E a água já acaba também
Logo logo, o motor funde
E ficaremos todos parados
Perderemos a viagem
Tem origem e destino
Uns têm lanche
Uns têm espaço
Outros não tem nada
Quem tem espaço e comida
Deita e estica as pernas
Quem não têm
Fica em pé e passa fome
Mas o ônibus está ficando lotado
A gasolina está acabando
E a água já acaba também
Logo logo, o motor funde
E ficaremos todos parados
Perderemos a viagem
Fazendo as pazes
Às vezes tenho lá meus desentendimentos com o mundo. Ficamos brigados, ambos emburrados e em silêncio. Ontem mesmo tivemos uma briga feia. O mundo pode ser bem cruel de vez em quando.
Mas ao final da tarde, uma borboleta pousou ao meu lado na rede. Chegou, me olhou e ali ficou, batendo asas como se dançasse. Aceitei as desculpas imediatamente, sem pensar duas vezes.
Mas ao final da tarde, uma borboleta pousou ao meu lado na rede. Chegou, me olhou e ali ficou, batendo asas como se dançasse. Aceitei as desculpas imediatamente, sem pensar duas vezes.
Sobre o começo
Você me apresenta seu mundo
E eu te apresento o meu
Quem sabe até construímos um outro
Só nosso
E eu te apresento o meu
Quem sabe até construímos um outro
Só nosso
Lugar ao sol
E todas as flores lutavam entre si
Por um espaço
Um galho mais alto
Um degrau acima
As que conseguiam, morriam
Queimadas pelo sol
Por um espaço
Um galho mais alto
Um degrau acima
As que conseguiam, morriam
Queimadas pelo sol
14 de novembro de 2007
Fazendo música
Passo, inspiro, passo
Passo, expiro, passo
Passo, assobio, passo
Passo, suspiro, passo
Coço a cabeça
Passo
Engulo saliva
Passo
Subo as escadas
Degrau, degrau, degrau
Passo
Degrau, degrau, degrau
Passo
Giro a chave, passo
Abro a porta, passo
Passo
E fecho a porta
Passo, expiro, passo
Passo, assobio, passo
Passo, suspiro, passo
Coço a cabeça
Passo
Engulo saliva
Passo
Subo as escadas
Degrau, degrau, degrau
Passo
Degrau, degrau, degrau
Passo
Giro a chave, passo
Abro a porta, passo
Passo
E fecho a porta
13 de novembro de 2007
Matematicamente
Sempre se deu bem com números
Somando investimentos
Fez os números se multiplicarem
Em relação aos outros, subtraia
Nunca aprendeu a dividir
Somando investimentos
Fez os números se multiplicarem
Em relação aos outros, subtraia
Nunca aprendeu a dividir
12 de novembro de 2007
Você sabe
Você também já sentiu
O peso no fundo dos olhos
Os olhos no fundo do rosto
O rosto no fundo do poço
O peso no fundo dos olhos
Os olhos no fundo do rosto
O rosto no fundo do poço
9 de novembro de 2007
A arte
A beleza está nos olhos de quem vê
Nos traços de quem a desenha
Nas cores de quem a pinta
Nas cenas de quem a filma
Nos quadros de quem a fotografa
Nas palavras de quem a descreve
Mas neste instante
Neste momento preciso
E precioso
A beleza está nos olhos de quem lê
Nos traços de quem a desenha
Nas cores de quem a pinta
Nas cenas de quem a filma
Nos quadros de quem a fotografa
Nas palavras de quem a descreve
Mas neste instante
Neste momento preciso
E precioso
A beleza está nos olhos de quem lê
8 de novembro de 2007
Insone
No meio da madrugada
Não sei se pensei nela dormindo
Ou se acordei pensando nela
Não sei se acordei para trazê-la ao mundo
Ou se ela me acordou, inquieta
Ansiosa para sair do mundo das idéias
Não sei se pensei nela dormindo
Ou se acordei pensando nela
Não sei se acordei para trazê-la ao mundo
Ou se ela me acordou, inquieta
Ansiosa para sair do mundo das idéias
6 de novembro de 2007
Memórias
Desde aquele dia, virei um fantasma
Uma sombra
Um vulto
Aquele reflexo no espelho
No qual você não se reconheceu
Aquele era eu
Uma sombra
Um vulto
Aquele reflexo no espelho
No qual você não se reconheceu
Aquele era eu
5 de novembro de 2007
Queimação
Escrevo porque passo mal
Não consigo digerir este mundo
E vomito palavras
Ácidas
Suco gástrico literário
Não consigo digerir este mundo
E vomito palavras
Ácidas
Suco gástrico literário
1 de novembro de 2007
Conclusão
A única conclusão a se tirar
De um planetinha tão agradável
Destruído da maneira como está sendo
É que, às vezes
Pessoas ruins acontecem a coisas boas
De um planetinha tão agradável
Destruído da maneira como está sendo
É que, às vezes
Pessoas ruins acontecem a coisas boas
Ahn?
- Se eu morasse na Escócia eu ia andar de ônibus.
- Ahn?
- É. Porque o sistema de transporte público de lá funciona.
Ainda sem entender o sentido da conversa, ele questionou novamente:
- Ahn?
- Você estava ouvindo o que eu estava falando?
- Como assim?
- Eu estou aqui há meia hora conversando com você e você parece não ter entendido nada.
- Meia hora? Claro que não, você acabou de chegar e falar que você andaria de ônibus se morasse na Escócia.
- Sério? Não... Não pode ser. Eu estou conversando com você faz tempo.
- Tem certeza?
- Absoluta. Você tem certeza de que eu não estava aqui?
- Acho que sim. Ou melhor, que não. Que não estava. Estava?
- Acho que estava.
- Tem certeza.
- Acho que não. Ou melhor, acho que sim, que estava. Mas não tenho certeza agora.
- Mas por que é mesmo que você falou sobre andar de ônibus?
- Porque o sistema de transporte de lá funciona.
- Não. Não isso, por que é que você falou sobre a Escócia?
- Não sei. Mas é um país legal.
- É.
- Se eu morasse lá eu ia andar de ônibus.
- Eu prefiro caminhar.
- E se fosse longe?
- Daí eu ia de bicicleta.
- E se estivesse frio?
Ele abaixou a cabeça, ela virou para o lado e, depois de alguns segundos de silêncio, ele falou:
- Se eu morasse na Escócia eu ia andar de ônibus.
- Ahn?
- Ahn?
- É. Porque o sistema de transporte público de lá funciona.
Ainda sem entender o sentido da conversa, ele questionou novamente:
- Ahn?
- Você estava ouvindo o que eu estava falando?
- Como assim?
- Eu estou aqui há meia hora conversando com você e você parece não ter entendido nada.
- Meia hora? Claro que não, você acabou de chegar e falar que você andaria de ônibus se morasse na Escócia.
- Sério? Não... Não pode ser. Eu estou conversando com você faz tempo.
- Tem certeza?
- Absoluta. Você tem certeza de que eu não estava aqui?
- Acho que sim. Ou melhor, que não. Que não estava. Estava?
- Acho que estava.
- Tem certeza.
- Acho que não. Ou melhor, acho que sim, que estava. Mas não tenho certeza agora.
- Mas por que é mesmo que você falou sobre andar de ônibus?
- Porque o sistema de transporte de lá funciona.
- Não. Não isso, por que é que você falou sobre a Escócia?
- Não sei. Mas é um país legal.
- É.
- Se eu morasse lá eu ia andar de ônibus.
- Eu prefiro caminhar.
- E se fosse longe?
- Daí eu ia de bicicleta.
- E se estivesse frio?
Ele abaixou a cabeça, ela virou para o lado e, depois de alguns segundos de silêncio, ele falou:
- Se eu morasse na Escócia eu ia andar de ônibus.
- Ahn?
-
O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
-
Tal qual a nata que era como se julgava ela não se misturava Com ares um tanto blasé apenas flutuava, pomposa sentindo-se a dona do lago
-
No centro do auditório, a justiça permanece sentada e vendada, enquanto o apresentador aponta para um político corrupto, depois para um ladr...