Tinha tudo para ser uma noite tranquila até ele se deparar com aquela garota. Ela usando meia listrada colorida, all star, uma camiseta de uma banda dessas que ninguém sabe o nome e óculos. Para completar o visual, arrumava o cabelo para parecer desarrumado.
Estavam na mesma festa, mas não juntos. para falar a verdade nem se conheciam. Pelo menos ela não o conhecia. Se dependesse dele já teriam se conhecido há um bom tempo, aquele rosto já era inconfundível, já tinha reparado até na estranheza do modo como ela segurava o cigarro. Frequentavam alguns lugares em comum, a cidade não é tão grande, as opções não são muitas, acabavam se cruzando.
Tímido, ele a observava. Ela nem dava bola, continuava dando tragadas, mexendo no cabelo, batendo papos e olhando em volta.
Ele continuava ali, parado, observando. Ficava pensando em fazer algo, no que devia fazer, no que devia falar, se devia falar e no que ela responderia. Ele pensou, pensou melhor e decidiu que ia falar com ela. Sempre acreditou que não podia perder oportunidades de conhecer gente interessante.
Caminhou na direção dela, um tanto quanto tenso. Ele se aproximou, ela virou-se e, então, ele disse:
- Prazer, eu sou ninguém.
Exercícios literários e outras peças mal acabadas que não são adequadas para o comércio como produtos culturais.
4 de janeiro de 2005
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O triste retrato da cidade enlouquecida a ambulância detida no descaso do tráfego
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O isqueiro acende a chama Ilumina o olhar Mas fica na vontade Nem ao menos chega perto Do calor da boca
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Saiu de casa cedo, com um caderno velho nas mãos, revisando os últimos detalhes. Na mochila: uma garrafa de água, duas barras de chocolate e...
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